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quinta-feira, 15 de julho de 2010

O que se diz, e a realidade dos fatos...

Em Guararema tivemos um incêndio no Morro do Gerbázio, no ultimo dia 20 de junho e o Secretário de Segurança Publica de Guararema afirmou para um jornal da região, que não houve nenhum dano causado pelo fogo.

“O único problema que o incêndio causou a cidade foi a morte de alguns animais que estavam no local e o incomodo com a fumaça para as moradias próximas.” Esqueceu de falar dos problemas que são causados ao meio ambiente...

Principalmente para uma Cidade que tanto almeja ter o selo azul e tornar-se estância Turística. Os Srs. Vereadores da situação querem inclusive que esse morro se torne mais uma atração turística.


Estranho essas afirmativas, houve queima de fios da rede publica, e uma casa, quase foi atingida pelo incêndio e teve prejuízos materiais, porque foram queimando os fios que trazem energia e telefonia para a casa. Ficaram inclusive sem água, devido a problemas causado na rede da Sabesp em virtude do fogo no local.


Será que não foi visto pela Administração que esse tipo de situação já é corriqueira, e nesse ano no dia 25/04, houve a primeira queimada do ano nesse mesmo morro.

Existe Lei Municipal que estipula fiscalização e multa para queimadas. Porem não consta que alguém tenha sido multado.

O que as queimadas provocam:

“Danifica o solo, tornando-o estéril e principalmente nas encostas, queima a mata, brotos e arvores. Queima as raízes que servem para segurar a terra e evitar os deslizamentos.” fonte Boletim CEAGUA - abril 2010


Não podemos esquecer o que aconteceu com o deslizamento de terra no Bairro do Ipiranga, quem é o culpado?

Não podemos deixa passar em branco um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE e Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) “Pesquisa aponta cidades em risco” http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=2215 .

O que a Cidade de Guararema está fazendo para tentar minimizar esses possíveis acidentes? E a Defesa Civil de Guararema já está formada?

Pesquisa aponta cidades em risco:

Ferraz de Vasconcelos, Guararema e Guarulhos são as três cidades do Alto Tietê listadas no estudo Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo, divulgado nesta semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) que, entre outras coisas, indica que a mancha urbana será o dobro da atual em 2030, ampliando os riscos de enchentes, inundações e deslizamentos, os quais serão potencializados pelo aumento do número de dias com fortes chuvas. A estimativa é de que, entre 2070 e 2100, a temperatura média da Região Metropolitana de São Paulo – onde estão as cidades do Alto Tietê – registre uma elevação de 2o C a 3o C. Isso deverá dobrar o número de dias com chuvas intensas, acima de 10 milímetros.

As três cidades da Região são listadas no estudo exatamente no capítulo que mostra "Onde e Como a RMSP é Vulnerável" e que aborda as áreas de risco de escorregamento existentes. Fora a Capital, mas dentro da Bacia do Alto Tietê, os problemas estão distribuídos da seguinte forma - Região Norte: Guarulhos, Mairiporã, Caieiras, Francisco Morato e Franco da Rocha; Região Leste: Ferraz de Vasconcelos e Guararema; Região Sul: Mauá, São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Embu Guaçu e Juquitiba; Região Oeste: Santana do Parnaíba, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Itapevi, Jandira, Taboão da Serra, Embu, Itapecerica da Serra e Cotia.

De acordo com o levantamento, dentre os acidentes naturais que ocorrem em território brasileiro, os associados aos escorregamentos são os que causam o maior número de mortes. Dados do IPT, por exemplo, mostram que, no período de 1988 a 2009, 1.457 pessoas morreram em escorregamentos, sendo que 220 foram no Estado de São Paulo, que é o segundo maior com número de vítimas, atrás apenas do Rio de Janeiro.

Na última Operação Verão, realizada pela Defesa Civil do Estado no período de 1o de dezembro de 2009 a 31 de março de 2010, foram contabilizadas 6 mortes no Alto Tietê em decorrência das chuvas: quatro em Guararema por causa de deslizamento de terra, uma em Itaquaquecetuba num desabamento de barraco e uma em Guarulhos, em que a vítima foi arrastada por enxurrada.

"As áreas de risco de escorregamentos por ocupação desordenada das encostas concentram-se, principalmente, nos trechos de expansão urbana recente, verificada nas últimas três décadas e associada à ocupação de terrenos geotecnicamente mais suscetíveis a deslizamentos, nas regiões periféricas da Grande São Paulo", dizem os especialistas que integram o grupo de estudo, elaborado em parceria com as universidades de Campinas (Unicamp), de São Paulo (USP) e Estadual Paulista (Unesp - Rio Claro).

Segundo os profissionais, há uma clara correlação entre maior incidência histórica de eventos chuvosos, superiores a 100 milímetros de água, com os terrenos de topografia mais acidentada, o que pode ser explicado pela influência de elevações topográficas na geração das chuvas.

A análise das projeções climáticas para a Região Metropolitana de São Paulo mostra que a incidência de eventos severos deverá ser maior em algumas regiões com concentração de áreas de risco de escorregamentos e enchentes e inundações, o que incrementará ainda mais a condição de vulnerabilidade.

Leiam abaixo alguns pontos que o INPE analisou

Principais Cenários de Risco

Enchentes e inundações
Apesar dos investimentos realizados ao longo dos últimos anos, as enchentes continuarão a ocorrer em razão do crescimento urbano da região e da dinâmica natural das cheias e das grandes intervenções nos cursos d’água (canalização dos córregos) realizadas no passado. Os impactos disso atingem habitações, atividades industriais, comerciais e de serviços público e privado e o sistema de transporte urbano e rodoviário. A tendência de aumento da frota de veículos em circulação e a expansão das vias em áreas de várzea para atender esse crescimento da demanda de tráfego tendem a aumentar o grau de veículos e pessoas expostas aos riscos de inundações.

Enchentes e inundações com alta energia de escoamento
As áreas mais altas na periferia de São Paulo permitem a ocorrência de enchentes de grande volume e velocidade das águas, em razão do alto declive dos terrenos marginais. Enchentes desse tipo podem causar a destruição de edificações, de obras de infraestrutura urbana, danos materiais diversos e colocar em risco a integridade física das pessoas residentes em áreas ribeirinhas. Ocupações pelo homem ao longo de cursos d’água sujeitos a enchentes desse tipo podem ser gravemente atingidas, acarretando o assoreamento de alguns trechos e aumentando a condição de ocorrência de inundações.

Enxurradas com alto potencial de arraste
Escoamentos pluviais concentrados ao longo dos cursos d’água ou em vias públicas são responsáveis pela maior parte das mortes durante chuvas intensas na Região Metropolitana, quando pessoas são levadas pelas águas. A canalização de córregos e construção de vias públicas em fundos de vale provocaram ao longo do tempo um cenário de risco na ocorrência de enxurradas ao longo de vias públicas, em sub-bacias urbanizadas, onde ocorre a concentração das águas superficiais. As enxurradas ocorrem tanto nas áreas consolidadas quanto nas áreas de periferia da urbanização metropolitana, e se caracterizam pelo grande poder de acumulação das águas superficiais e alto poder destrutivo e de arraste.

Alagamentos 
Os alagamentos localizados ocorrem de forma generalizada em diversos pontos, principalmente por deficiências do sistema de drenagem urbano. Os alagamentos são geralmente acumulações rasas de lâminas d’água que afetam as vias públicas, causando transtornos momentâneos para a circulação de pedestres e veículos.

Lixo lançado nos cursos d’água
Cerca de 6 mil residências lançam o lixo diretamente nos cursos d’água na Região Metropolitana, contribuindo para sua obstrução e assoreamento. Além disso, detritos sólidos são carregados pelas enxurradas, captados pela rede hidrográfica e levados para os trechos de menor declive do leito onde são depositados. Esses locais situam-se, em geral, no Rio Tietê. Com o aumento de chuvas cada vez mais intensas, os reservatórios de detenção sofrerão sérios danos se não forem projetados com dispositivos que dificultem a entrada dos sedimentos de fundo e do lixo.

Escorregamentos de massa em encostas
As áreas de risco de escorregamentos por ocupação desordenada das encostas localizam-se principalmente em áreas de expansão urbana mais recentes, especialmente nas últimas 30 décadas.

Eventos pluviométricos mais severos
A análise das projeções climáticas para a Região Metropolitana mostra que a incidência de chuvas mais intensas e severas - superiores a 100 milímetros -, deverá ser maior em algumas regiões com concentração de áreas de risco de escorregamentos e enchentes e inundações, o que incrementará a condição de vulnerabilidade.

Medidas de adaptação

O relatório aponta medidas de adaptação que as cidades da Região Metropolitana e suas instituições públicas e privadas terão que enfrentar em busca de soluções para os impactos e perigos que sofrerão. Entre elas, estão maior controle sobre construções em áreas de risco, investimentos em transportes coletivos, sobretudo o ferroviário, proteção aos recursos naturais e criação de áreas de proteção ambiental nas áreas de várzeas de rios (como os parques lineares propostos pela prefeitura de São Paulo e governo do Estado) e investimentos em pesquisas voltadas para a modelagem do clima, quantificação de benefícios decorrentes de medidas de adaptação às mudanças climáticas, entre outras.

No entanto, o relatório aponta que o processo para adaptação às mudanças climáticas começa com a tomada de consciência do risco ambiental, tecnológico e social que se projeta no futuro. Somente com uma população consciente desses riscos será possível o debate transparente e participativo sobre as alternativas para mitigá-los. É fundamental construir o espaço de negociação capaz de envolver os setores públicos e privados, como também o terceiro setor, na construção de uma política metropolitana para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, que se manifeste em programas de curto, médio e longo prazo e que se concretize em projetos alternativos de uso e ocupação do território.

É necessário iniciar um processo permanente de avaliação ambiental estratégica e constante monitoramento, que indique meios de desenvolvimento limpo/sustentável para a Região Metropolitana de São Paulo no século XXI. Nesse sentido, o relatório sugere algumas diretrizes:

• O poder público deverá tornar obrigatória a avaliação da dimensão climática nos processos decisórios referentes às políticas públicas; implantação de uma rede de monitoramento climático cobrindo a Região Metropolitana; avaliação dos impactos das mudanças climáticas sobre a saúde humana, promovendo medidas para redução ou prevenção dos impactos; atração de investimentos para a implantação de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e de outros mecanismos internacionais do mercado de carbono; aplicação de recursos vinculados destinados à pesquisa científica voltados à adaptação da sociedade às mudanças do clima.
• O Poder Executivo local deverá publicar um Plano de Ação Integrado para implementação de objetivos comuns (órgãos e setores da sociedade) visando minimizar os impactos das mudanças climáticas, a ser elaborado pelas instituições técnicas responsáveis com a participação da sociedade civil através de discussões em fóruns e plenárias.
• Através de uma ação conjunta, órgãos públicos como Defesa Civil e Prefeituras Municipais da região deverão criar instrumentos de restrição à impermeabilização das áreas urbanas, tais como: Coibir a construção de novos edifícios em áreas com declividade acentuada e de preservação permanente através do controle de alvarás e licenças; implantar um de Sistema de Alerta a Enchentes, Inundações e Deslizamentos na Bacia do Alto Tietê, envolvendo a população, a defesa civil e órgãos competentes.
• As Secretarias da Fazenda e Planejamento deverão quantificar os benefícios decorrentes das medidas de adaptação às mudanças climáticas, uma vez que esta constitui uma alternativa extremamente necessária para a viabilização de ações. Uma das abordagens que deverá ser adotada refere-se à quantificação dos danos evitados quanto aos aspectos de bens, propriedades, equipamentos, produção, paralisação do processo produtivo, atrasos nos deslocamentos, sobrecargas dos serviços públicos de saúde e salvamento (hospitais, emergências etc.).

Implicações na saúde

As mudanças climáticas poderão afetar a saúde da população humana de diversas maneiras. O relatório mostra que alguns impactos poderão ser observados nos próximos anos, como os relacionados às alergias, com o aumento da incidência de rinite alérgica e asma e a intensidade e duração dos sintomas por causa da poluição atmosférica. Invernos mais quentes podem resultar em um início mais precoce da estação de pólen de grama ou de outras plantas, aumentando suas concentrações na atmosfera. Partículas provenientes do diesel são outro agravante, pois transportam substâncias que provocam alergias para os pulmões.

Alterações na temperatura e na umidade do ar podem contribuir com a proliferação de agentes infecciosos. Bactérias, fungos e vírus também são especialmente sensíveis em condições mais quentes e podem crescer rapidamente. De forma geral, a mudança no clima pode provocar a migração de doenças de clima quente para zonas mais temperadas. Com isso, os sistemas de saúde precisarão se readequar para dar conta dessa demanda.

Os impactos à saúde podem ser divididos em imediatos e de médio e longo prazo. Os imediatos incluem afogamentos e ferimentos das vítimas ao serem atiradas contra objetos quando levadas pela correnteza. Os de médio prazo são as doenças que podem ocorrer por causa da ingestão de água contaminada (doenças intestinais e hepatite A), ou contato com água contaminada (leptospirose). A chuva excessiva facilita o acesso de esgotos a céu aberto aos reservatórios de água potável, aumentando a probabilidade de doenças transmitidas pela água. Além disso, manifestações alérgicas e doenças respiratórias podem se espalhar mais facilmente em abrigos lotados.

“Tudo que é preciso para o triunfo do mal, é que as pessoas de bem nada façam.” (Edmund Burke)

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