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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal para os moradores de Guararema com mais IPTU


Feliz Natal e Prospero Ano Novo com menos dinheiro no bolso, porque pagaremos mais IPTU.

Desde 2008 antes das Eleições alertávamos para um possível e significante aumento do IPTU. Vide a matéria no link http://www.horahjornalverdade.com.br/iptu/  porem o Prefeito Empreendedor como quer ser chamado agora, que quer sair como Candidato a Candidato a Deputado Estadual, deixou para “seu irmão” a tarefa do aumento do IPTU.

Pois bem ganhamos de Presente de Natal do Prefeito um aumento até 100% para todo o Município, somente os produtores Rurais que comprovem essa sua atividade ficarão isentos de tal tributo.

Muito bem em 17/12/2009 por volta das 17h00 é publicado o EDITAL Nº 55/2009 no site da Câmara Municipal para a Convocação de Sessão Extraordinária para o dia 18/12/2009 as 15:00 para votação em única sessão as matérias acima http://www.cmguararema.sp.gov.br/ordem2009/ordem_dia18-12-09.pdf

Vamos ver o que trata as matérias que foram aprovadas por 8 votos a favor e 01 contra no primeiro projeto ( o Presidente da mesa nesse caso tem que votar) e no segundo foi aprovado por 7 votos a favor e 01 contra.

Agora já Lei nº 117/09 diz resumidamente:

Parágrafo único - A Zona Urbana Central do Município de Guararema possui a área de 58,80 km² e a Zona Urbana Norte do Município de Guararema possui a área de 32,98 km²

Artigo 2º - o restante da área do Município de Guararema, ou seja, 178,72 km², fica considerada Zona de Expansão Urbana.

Entenderam a ideia? Seremos totalmente um Município Urbano com alguns produtores rurais.

Então ficamos somente assim? Claro que não onde está a pegadinha? Todos os outros imóveis e propriedades que não são produtores Rurais passarão a pagar Imposto Predial e Territorial Urbano.

Porque agora somos uma cidade totalmente URBANA com algumas propriedades Rurais, mas o que define área Urbana de acordo com essa Lei?

Artigo 1º - ..... o domínio útil ou a posse,.... situado na zona urbana do Município de Guararema.

Parágrafo Único – Nos termos do Código Tributário Municipal, também ficam sujeitos ao imposto do que trata o caput deste artigo os imóveis que, mesmo não localizados na zona urbana do Município:
 I – Sejam utilizados como sitio de recreio e no qual a eventual produção não se destine ao comércio;
 II – Não seja utilizados em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial.

Artigo 2º - Entende-se como zona urbana, para os efeitos deste imposto, a definida em Lei Municipal, na qual se observe a existência de, pelo menos 2 (dois), dos seguintes melhoramentos, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
 I – Meio-fio ou calçamento com canalização de águas pluviais;
II – Abastecimento de água;
III – Sistema de esgotos sanitários;
IV – Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V – Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.

Parágrafo Único – Consideram-se também zona urbana as áreas urbanizáveis ou de expansão urbana, constantes de loteamentos e condomínios aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora da zona definida no caput deste artigo.

Muito bem, agora vamos ao que ocorreu na Câmara Municipal em menos de 30 minutos os vereadores da base do Governo que são 8 no total de 9 aprovaram em comissão essas duas leis o processo 149/09 com 13 paginas e o processo 150/09 com 84 paginas, fora os pareceres do Procurador Jurídico e de outras comissões.

Vejam que eficiência que trabalho “sobre humano”, que capacidade de leitura e compreensão de uma matéria complexa, deve ter havido uma discussão telepática para chegarem a aprovação dos referidos projetos, com sua leitura dinâmica, discussão e aprovação em menos de 30 minutos.

Imaginem o que o Poder Judiciário poderia ganhar de tempo contratando essa equipe de Vereadores para analisarem e julgarem os processos que existem em todo o nosso Brasil.

A Câmara de Guararema tem que multiplicar esse conhecimento, agilidade, (e outros adjetivos) e passar para o restante do mundo toda essa compreensão e agilidade em analisar, observar e aprovar matéria tão complexas em tão curto espaço de tempo.

Será que assim é ou é da seguinte maneira “confiamos no Prefeito e ponto conforme atas existentes na Câmara Municipal “ então a comissão se reúne e pergunta onde assino? Somente assim que uma Lei complexa pode ser aprovado em 30 minutos.

Ai vem a pergunta isso é VEREANÇA? O que seria isso?

Então PARABÉNS a toda a população de Guararema pelo presente que recebemos do Exmo Sr. Prefeito Municipal, e como tudo acaba em pizza, os vereadores receberam de uma cidadã uma pizza crua, porque o dito popular diz “ quem tem pressa come cru e quente” aqui na Câmara Municipal de Guararema o dito é “quem tem pressa come cru”.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Presente de Natal aos cidadãos de Guararema



MINHAS AMIGAS E MEUS AMIGOS!

É HOJE, O PRESENTE DO PREFEITO PARA A POVO!!!!

Mais uma vez sorrateiramente, o Prefeito Marcio Alvino quer dar um presente de Natal aos cidadãos , aumentando em até 100% o IPTU do próximo ano.

Vamos a luta mais uma vez.


Hoje 6ª feira às 15 hs na Câmara Municipal quando será votado o projeto de Lei que autoriza o aumento do IPTU proposto pelo Prefeito Marcio Alvino.


EDITAL No 55/2009


A MESA DA CÂMARA MUNICIPAL DE GUARAREMA, por seus membros, no uso das atribuições que lhe são conferidas regimentalmente

FAZ SABER que da “ORDEM DO DIA” da Sessão Extraordinária a realizar-se no próximo dia 18 de Dezembro, sexta-feira, às 15:00 horas, na Sala de Sessões “Vereador Oswaldo Freire Martins”, constam as seguintes matérias:

1o) Projeto de Lei no 117/09 de autoria do Executivo Municipal e que “Consolida as leis que definiram as Zonas Urbanas e cria a Zona de Expansão Urbana no Município de Guararema”, acompanhado dos Pareceres das Comissões de Justiça e Redação; de Educação, Saúde, Assistência e Meio Ambiente; de Obras e Serviços Públicos; e de Finanças e Orçamento; e

2o) Projeto de Lei no 118/09 de autoria do Executivo Municipal e que “Dispõe sobre a atualização da forma de apuração do Imposto sobre a

Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU e dá outras providências”, acompanhado dos Pareceres da Comissão de Justiça e Redação; e Finanças e Orçamento.
http://www.cmguararema.sp.gov.br/ordem2009/ordem_dia18-12-09.pdf

CÂMARA MUNICIPAL DE GUARAREMA, 16 DE DEZEMBRO DE 2009

Djalma de Faria
Presidente

Etanis Benitez Moreno                         Ivandir Pereira da Silva
1o Secretário                                    2o Secretário

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

PSB acusa Prefeitura de Guararema de vender bens públicos sem licitação


Mau uso do dinheiro publico continua, vai continuar até quando? Em anexo o Jornal Alto Tietê Notícias com a matéria.


PSB acusa Prefeitura de Guararema de vender bens públicos sem licitação


Prefeitura teria negociado sem licitação dois automóveis, com valores de R$ 33 mil e R$ 35 mil, além de uma escavadeira no valor de R$ 200 mil.

O presidente do diretório municipal do PSB de Guararema, Jacy de Pádua, acusou a Prefeitura de vender para as administrações municipais de Igaratá e Arujá, sem licitação, dois automóveis Pollo, com valores de R$ 33 mil e R$ 35 mil, além de uma escavadeira no valor de R$ 200 mil. O socialista disse também que o partido está movendo várias ações populares para denunciar outras irregularidades no Poder Executivo da cidade.

Segundo Pádua, as normas das leis 8666 e 2601 determinam que toda venda de bens móveis entre prefeituras deve ser feita somente com a abertura de processo licitatório. O curioso, de acordo com ele, é que a Câmara aprovou um projeto do Executivo exigindo que a lei fosse cumprida rigorosamente na cidade.

“Tanto o prefeito Márcio Alvino quanto a Câmara prevaricaram, ou seja, agiram de má fé. Aprovaram uma lei neste ano que deveria ser feito licitação. Licitação subentende concorrência conforme a lei 2601. Pura e simplesmente venderam os veículos aos municípios, e não cumpriram a lei. Esta Câmara é totalmente subserviente ao prefeito, com exceção do vereador Toninho da Inox, que foi eleito pela nossa coligação. Ele é o único vereador que questiona, mas como está sozinho, seus pedidos nunca são atendidos”, lamentou.

A reportagem enviou um e-mail à Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Guararema e procurou o prefeito Márcio Alvino pedindo explicações sobre a denúncia de Jacy, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Costa Neto é investigado pela PF


O Deputado Federal considerado benemérito pelos políticos da situação de Guararema, onde é bem quisto mais uma vez envolvido em suspeitas e escândalos.

Quem sabe amanhã dia 11/12/2009 ele esteja em nossa cidade para a prestigiar a inauguração da decoração de Natal em que a Administração consumiu 5 meses de trabalho e gastou uma grande quantidade de dinheiro dos contribuintes somente para tentar conseguir angariar “para GUARAREMA o título ´simbólico´ de cidade mais bem decorada para o Natal desse ano.”

Conforme definição dicionário Michaelis

Benemérito
be.ne.mé.ri.to
adj (lat benemeritu) 1 Que é digno de honras, louvores ou recompensas, por serviços importantes. 2 Distinto, ilustre, ínclito. sm Aquele que é digno de honras ou louvores por serviços relevantes.


Costa Neto é investigado pela PF

Durante a Operação Castelo de Areia foram levantadas suspeitas que Boy tenha recebido dinheiro da Camargo Corrêa
http://www.diariodoaltotiete.com.br/materia.aspx?id=26092  10/12/09


Parlamentar também é réu no escândalo do Mensalão


O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR), o Boy, está sendo investigado pela Polícia Federal na Operação Castelo de Areia. A suspeita é de que a Construtora Camargo Corrêa tenha pago propina a ele e outros políticos e autoridades de renome nacional, como o presidente da Câmara de São Paulo, Antonio Carlos Rodrigues, também do PR, os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Eduardo Bittencourt e Antonio Roque Citadini, o também deputado federal Edson Aparecido (PSDB) e o irmão do ex-ministro Antonio Palocci, que é diretor da Eletronorte, Adhemar Palocci.

Todos os políticos citados, inclusive Costa Neto, disseram não ter conhecimento sobre o inquérito movido pela Polícia Federal, que encaminhou anteontem à Procuradoria-Geral da República e à Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo requerimentos para que sejam aprofundadas as investigações sobre as autoridades.

O nome de Costa Neto surgiu nas apurações após análises de documentos sobre a construção do Rodoanel Mario Covas. Em um dos papéis apreendidos há a expressão "60 mil - PAC - Valdemar PL". Para quem investiga, a sigla "PAC" refere-se ao Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal, que prevê a transferência de recursos para o Rodoanel. Já a inscrição "PL" seria uma menção ao Partido Liberal, antiga denominação do Partido da República.

Mensalão

Costa Neto é réu em uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal e que apura denúncias de participação no escândalo do mensalão, que veio a público em 2005 e que abalou o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por causa disso, a votação do parlamentar em Mogi das Cruzes, tradicional base eleitoral desde que seu pai, Waldemar Costa Filho, foi prefeito em quatro mandatos, entre as décadas de 60 e 2000, caiu de 50 mil votos, em 2002, para nove mil votos, em 2006.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

UMA MENSAGEM A GARCIA

UMA MENSAGEM A GARCIA

Apologia do Autor - HELBERT HUBBARD

Esta insignificância literária, UMA MENSAGEM A GARCIA, escrevi-a uma noite, depois do jantar, em uma hora. Foi a 22 de fevereiro de 1899, aniversário natalício de Washington, e o número de março da nossa revista "Philistine" estava prestes a entrar no prelo. Encontrava-me com disposição de escrever, e o artigo brotou espontâneo do meu coração, redigido, como foi, depois de um dia afanoso, durante o qual tinha procurado convencer alguns moradores um tanto renitentes do lugar, que deviam sair do estado comatoso em que se compraziam, esforçando-se por incutir-lhes radioatividade.

A ideia original, entretanto, veio-me de um pequeno argumento ventilado pelo meu filho Bert, ao tomarmos café, quando ele procurou sustentar ter sido Rowan o verdadeiro herói da Guerra de Cuba. Rowan pôs-se a caminho só e deu conta do recado - levou a mensagem a Garcia. Qual centelha luminosa, a ideia assenhoreou-se de minha mente. É verdade, disse comigo mesmo, o rapaz tem toda a razão, o herói é aquele que dá conta do recado que leva a mensagem a Garcia.

Levantei-me da mesa e escrevi "Uma mensagem a Garcia" de uma assentada. Entretanto liguei tão pouca importância a este artigo, que até foi publicado na Revista sem qualquer título. Pouco depois da edição ter saído do prelo, começaram a afluir pedidos para exemplares adicionais do número de Março do "Philistine": uma dúzia, cinquenta, cem, e quando a American News Company encomendou mais mil exemplares, perguntei a um dos meus empregados qual o artigo que havia levantado o pó cósmico.

- "Esse de Garcia" - retrucou-me ele.


No dia seguinte chegou um telegrama de George H. Daniels, da Estrada de Ferro Central de Nova York, dizendo: "Indique preço para cem mil exemplares artigo Rowan, sob forma folheto, com anúncios estrada de ferro no verso. Diga também até quando pode fazer entrega ".

Respondi indicando o preço, e acrescentando que podia entregar os folhetos dali a dois anos. Dispúnhamos de facilidades restritas e cem mil folhetos afiguravam-se-nos um empreendimento de monta.

O resultado foi que autorizei o Sr. Daniels a reproduzir o artigo conforme lhe aprouvesse. Fê-lo então em forma de folhetos, e distribuiu-os em tal profusão que, duas ou três edições de meio milhão se esgotaram rapidamente. Além disso, foi o artigo reproduzido em mais de duzentas revistas e jornais. Tem sido traduzido, por assim dizer, em todas as línguas faladas.

Aconteceu que, justamente quando o Sr. Daniels estava fazendo a distribuição da Mensagem a Garcia, o Príncipe Hilakoff, Diretor das Estradas de Ferro Russas, se encontrava neste país. Era hóspede da Estrada de Ferro Central de Nova York, percorrendo todo o país acompanhando o Sr. Daniels. O príncipe viu o folheto, que o interessou, mais pelo fato de ser o próprio Sr. Daniels quem o estava distribuindo em tão grande quantidade, que propriamente por qualquer outro motivo.

Como quer que seja, quando o príncipe regressou à sua Pátria mandou traduzir o folheto para o russo e entregar um exemplar a cada empregado de estrada de ferro na Rússia. O breve trecho foi imitado por outros países; da Rússia o artigo passou para a Alemanha, França, Turquia, Hindustão e China. Durante a guerra entre Rússia e o Japão, foi entregue um exemplar da "Mensagem a Garcia" a cada soldado russo que se destinava ao front.

Os japoneses, ao encontrar os livrinhos em poder dos prisioneiros russos, chegaram à conclusão que havia de ser cousa boa, e não tardaram em vertê-lo para o japonês. Por ordem do Mikado foi distribuído um exemplar a cada empregado, civil ou militar do Governo Japonês.

Para cima de quarenta milhões de exemplares de "Uma Mensagem a Garcia" têm sido impressos, o que é sem dúvida a maior circulação jamais atingida por qualquer trabalho literário durante a vida do autor, graças a uma série de circunstâncias felizes. - E. H.

East Aurora, dezembro 1, 1913

Uma Mensagem a Garcia

Em todo este caso cubano, um homem se destaca no horizonte de minha memória como o planeta Marte no seu periélio. Quando irrompeu a guerra entre a Espanha e os Estados Unidos, o que importava a estes era comunicar-se rapidamente com o chefe dos insurretos, Garcia, que se sabia encontrar-se em alguma fortaleza no interior do sertão cubano, mas sem que se pudesse precisar exatamente onde. Era impossível comunicar-se com ele pelo correio ou pelo telégrafo. No entanto, o Presidente tinha que tratar de assegurar-se da sua colaboração, e isto o quanto antes. Que fazer?

Alguém lembrou ao Presidente: "Há um homem chamado Rowan; e se alguma pessoa é capaz de encontrar Garcia, há de ser Rowan”

Rowan foi trazido à presença do Presidente, que lhe confiou uma carta com a incumbência de entregá-la a Garcia. De como este homem, Rowan, tomou a carta, meteu-a num invólucro impermeável, amarrou-a sobre o peito, e, após quatro dias, saltou, de um barco sem coberta, alta noite, nas costas de Cuba; de como se embrenhou no sertão, para depois de três semanas, surgir do outro lado da ilha, tendo atravessado a pé um país hostil e entregando a carta a Garcia - são cousas que não vêm ao caso narrar aqui pormenorizadamente. O ponto que desejo frisar é este: Mac Kinley deu a Rowan uma carta para ser entregue a Garcia; Rowan pegou da carta e nem sequer perguntou: " Onde é que ele está?"

Hosannah! Eis aí um homem cujo busto merecia ser fundido em bronze imarcescível e sua estátua colocada em cada escola do país. Não é de sabedoria livresca que a juventude precisa, nem instrução sobre isto ou aquilo. Precisa, sim, de um endurecimento das vértebras, para poder mostrar-se altivo no exercício de um cargo; para atuar com diligência, para dar conta do recado; para, em suma, levar uma mensagem a Garcia.

O General Garcia já não é deste mundo, mas há outros Garcias. A nenhum homem que se tenha empenhado em levar avante uma empresa, em que a ajuda de muitos se torne precisa, têm sido poupados momentos de verdadeiro desespero ante a imbecilidade de grande número de homens, ante a inabilidade ou falta de disposição de concentrar a mente numa determinada cousa e fazê-la.

Assistência irregular, desatenção tola, indiferença irritante e trabalho mal feito parecem ser a regra geral. Nenhum homem pode ser verdadeiramente bem sucedido, salvo se lançar mão de todos os meios ao seu alcance, quer da força, quer do suborno, para obrigar outros homens a ajudá-lo, a não ser que Deus Onipotente, na sua grande misericórdia, faça um milagre enviando-lhe como auxiliar um anjo de luz.

Leitor amigo, tu mesmo podes tirar a prova. Estás sentado no teu escritório, rodeado de meia dúzia de empregados. Pois bem, chama um deles e pede-lhe: "Queira ter a bondade de consultar a enciclopédia e de me fazer uma descrição sucinta da vida de Corrégio ".

Dar-se-á o caso do empregado dizer calmamente: "Sim, Senhor" e executar o que se lhe pediu?

Nada disso! Olhar-te-á perplexo e de soslaio para fazer uma ou mais das seguintes perguntas:

Quem é ele?

Que enciclopédia?

Onde é que está a enciclopédia? Fui eu acaso contratado para fazer isso ?

Não quer dizer Bismark?

E se Carlos o fizesse?

Já morreu?

Precisa disso com urgência?

Não será melhor que eu traga o livro para que o senhor mesmo procure o que quer?

Para que quer saber isso ?

E aposto dez contra um que, depois de haveres respondido a tais perguntas, e explicado a maneira de procurar os dados pedidos e a razão por que deles precisas, teu empregado irá pedir a um companheiro que o ajude a encontrar Garcia, e, depois voltará para te dizer que tal homem não existe. Evidentemente, pode ser que eu perca a aposta; mas, segundo a lei das médias, jogo na certa. Ora, se fores prudente, não te darás ao trabalho de explicar ao teu "ajudante" que Corrégio se escreve com "C" e não com "K ", mas limitar-te-ás a dizer meigamente, esboçando o melhor sorriso.` "Não faz mal; não se incomode ", e, dito isto, levantar-te-ás e procurarás tu mesmo. E esta incapacidade de atuar independentemente, esta inépcia moral, esta invalidez da vontade, esta atrofia de disposição de solicitamente se pôr em campo e agir - são as cousas que recuam para um futuro tão remoto o advento do socialismo puro. Se os homens não tomam a iniciativa de agir em seu próprio proveito, que farão quando o resultado do seu esforço redundar em benefício de todos? Por enquanto parece que os homens ainda precisam de ser feitorados. O que mantém muito empregado no seu posto e o faz trabalhar é o medo de se não o fizer, ser despedido no, fim do mês. Anuncia precisar de um taquígrafo, e nove entre dez candidatos à vaga não saberão ortografar nem pontuar - e; o que é mais, pensam que não é necessário sabê-lo.

Poderá uma pessoa destas escrever uma carta a Garcia?

"Vê aquele guarda-livros", dizia-me o chefe de uma grande, fábrica.

"Sim, que tem? "

"É um excelente guarda-livros. Contudo, se eu o mandasse, fazer um recado, talvez se desobrigasse da incumbência a contento, mas também podia muito bem ser que no caminho entrasse em duas ou três casas de bebidas, e que, quando chegasse ao seu destino, já não se recordasse da incumbência que lhe fora dada ".

Será possível confiar-se a um tal homem uma carta para entregá-la a Garcia?

Ultimamente temos ouvido muitas expressões sentimentais externando simpatia para com os pobres entes que mourejam de sol a sol, para com os infelizes desempregados à cata do trabalho honesto, e tudo isto, quase sempre, entremeado de muita palavra dura para com os homens que estão no poder.

Nada se diz do patrão que envelhece antes do tempo, num baldado esforço para induzir eternos desgostosos e descontentes a trabalhar conscienciosamente; nada se diz de sua longa e paciente procura de pessoal, que, no entanto, muitas vezes nada mais faz do que "matar o tempo ", logo que ele volta as costas. Não há empresa que não esteja despendindo pessoal que se mostre incapaz de zelar pelos seus interesses, a fim de substituílo por outro mais apto. E este processo de seleção por eliminação está se operando incessantemente, em tempos adversos, com a única diferença que, quando os tempos são maus e o trabalho escasseia, a seleção se faz mais escrupulosamente, pondo-se fora, para sempre, os incompetentes e os inaproveitáveis. É a lei da sobrevivência do mais apto. Cada patrão, no seu próprio interesse, trata somente de guardar os melhores - aqueles que podem levar uma mensagem a Garcia.

Conheço um homem de aptidões realmente brilhantes, mas sem a fibra precisa para gerir um negócio próprio e que ademais se torna completamente inútil para qualquer outra pessoa, devido à suspeita insana que constantemente abriga de que seu patrão o esteja oprimindo ou tencione oprimi-lo. Sem poder mandar, não tolera que alguém o mande. Se lhe fosse confiada uma mensagem a Garcia, retrucaria provavelmente: "Leve-a você mesmo".

Hoje este homem perambula errante pelas ruas em busca de trabalho, em quase petição de miséria. No entanto, ninguém que o conheça se aventura a dar-lhe trabalho porque é a personificação do descontentamento e do espírito de réplica. Refratário a qualquer conselho ou admoestação, a única cousa capaz de nele produzir algum efeito seria um bom pontapé dado com a ponta de uma bota de número 42, sola grossa e bico largo.

Sei, não resta dúvida, que um indivíduo moralmente aleijado como este, não é menos digno de compaixão que um fisicamente aleijado. Entretanto, nesta demonstração de compaixão, vertamos também uma lágrima pelos homens que se esforçam por levar avante uma grande empresa, cujas horas de trabalho não estão limitadas pelo som do apito e cujos cabelos ficam prematuramente encanecidos na incessante luta em que estão empenhados contra a indiferença desdenhosa, contra a imbecilidade crassa e a ingratidão atroz, justamente daqueles que, sem o seu espírito empreendedor, andariam famintos e sem lar.

Dar-se-á o caso de eu ter pintado a situação em cores demasiado carregadas? Pode ser que sim; mas, quando todo mundo se apraz em divagações quero lançar uma palavra de simpatia ao homem que imprime êxito a um empreendimento, ao homem que, a despeito de uma porção de impecilhos, sabe dirigir e coordenar os esforços de outros e que, após o triunfo, talvez verifique que nada ganhou; nada, salvo a sua mera subsistência.

Também eu carreguei marmitas e trabalhei como jornaleiro, como, também tenho sido patrão. Sei portanto, que alguma cousa se pode dizer de ambos os lados.

Não há excelência na pobreza de per si; farrapos não servem de recomendação. Nem todos os patrões são gananciosos e tiranos, da mesma forma que nem todos os pobres são virtuosos.

Todas as minhas simpatias pertencem ao homem que trabalha conscienciosamente, quer o patrão esteja, quer não. E o homem que, ao lhe ser confiada uma carta para Garcia, tranquilamente toma a missiva, sem fazer perguntas idiotas, e sem a intenção oculta de jogá-la na primeira sarjeta que encontrar, ou praticar qualquer outro feito que não seja entregá-la ao destinatário, esse homem nunca, fica "encostado" nem tem que se declarar em greve para, forçar um aumento de ordenado.

A civilização busca ansiosa, insistentemente, homem nestas condições. Tudo que um tal homem pedir, ser-lhe-á de conceder. Precisa-se dele em cada cidade, em cada vila, em cada lugarejo, em cada escritório, em cada oficina, em cada loja, fábrica ou venda. O grito do mundo inteiro praticamente se resume nisso: Precisa-se, e precisa-se com urgência de um homem capaz de levar uma mensagem a Garcia.


HELBERT HUBBARD