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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Sorteio de casas populares o que aconteceu?

Em Guararema até para fazer um simples sorteio para contemplar as  pessoas que se inscreveram para as casas populares gera confusão.

Não é que o sorteio tenha sido feito de forma conturbada ou de má fé.

Tudo começou na Administração que tem o certificado ISO 9000, e que não se atenta as normas, para o cadastro.

O que foi publicado no FaceBook a respeito das confusões e dos desmandos que tem como origem a Secretaria de Assistência Social, que é administrada por um vereador que está secretario, mas corre a boca pequena que seu negócio é procurar pessoas para ingressarem em partido político, fazer festas (churrascadas), ou seja como a maioria do Secretariado da Prefeitura de Guararema esse também não deve ser do ramo.

Esse cadastro deve obedecer às normas do “PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA” dentre eles:
- O presente sorteio público tem por objeto a seleção dos candidatos a beneficiários para o programa denominado Minha Casa Minha Vida – PMCMV, com renda familiar mensal bruta limitada a R$ 1.600,00(um mil e seiscentos reais), na forma do Anexo I do Item I da Portaria nº465, de 03 de outubro de 2011, do Ministério das Cidades.
- A seleção dos candidatos a beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida obedecerá aos critérios nacionais estabelecidos pela Portaria nº 595, de 18 de dezembro de 2013 do Ministério das Cidades, bem como os critérios municipais dispostos no Decreto Municipal nº 3321, de 12 de setembro de 2014.
- Mesmo que convocado não será considerado apto o candidato que tenha ofertado informações incorretas no seu cadastro. Com a correção do cadastro, o candidato permanecerá ativo no Cadastro de Demanda Habitacional e poderá participar de futuros processos de seleção.
- O fornecimento de informação e/ou documentos comprovadamente falsos, por parte de candidato, verificado em qualquer tempo, além de sujeitá-lo às sanções penais cabíveis, resultará na anulação de todos os atos decorrentes da inscrição, da forma que excluir-se-ão, ainda que depois de publicada a lista final da seleção, os candidatos que não preencherem as condições para inscrição.

Mas, muitas reclamações foram postadas no FaceBook, dente elas:
- Pessoas proprietárias de outros imóveis;
- Pessoas que alugam propriedades;
- Comerciantes;
- Funcionário comissionado da Prefeitura;
- Pessoas com renda superior ao máximo permitido, etc; etc.

E a Prefeitura Municipal de Guararema foi rápida e publicou no jornal do último final de semana.


Ou seja, está tentando corrigir os erros que foram passados anteriormente. Uma pergunta que não quer calar, se a sociedade de Guararema não se revoltasse com o sorteio a Prefeitura estaria fazendo esse pente fino, ou deixaria para a Caixa Econômica encontrar todas as irregularidades?

“Tudo que é preciso para o triunfo do mal, é que as pessoas de bem nada façam." (Edmund Burke)

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sábado, 23 de janeiro de 2016

Pelego??

Por Heitor Scalambrini Costa
para o Acerto de Contas
No instrumental dos peões, pelego é um pano grosso e dobrado, ou uma pele de carneiro curtida, mas ainda com a lã, que se coloca em cima do arreio. O cavaleiro monta sobre o pelego antes de montar sobre o cavalo. Conforme o mestre Aurélio, pelego é: a pele do carneiro com a lã; pele usada nos arreios à maneira de xairel; indivíduo subserviente, capacho. É sobre essa última definição que quero comentar.
O termo pelego foi popularizado durante o governo de Getúlio Vargas, nos anos 1930. Imitando a Carta Del Lavoro, do fascista italiano Benito Mussolini, Vargas decretou a Lei de Sindicalização em 1931, submetendo os estatutos dos sindicatos ao Ministério do Trabalho. Pelego era então o líder sindical de confiança do governo que garantia o atrelamento da entidade ao Estado. Décadas depois, o termo voltou à tona com a ditadura militar. Pelego passou a ser o dirigente sindical apoiado pelos militares, sendo o representante máximo do chamado sindicalismo marrom. A palavra, que antigamente designava a pele ou o pano que amaciava o contato entre o cavaleiro e a sela, virou sinônimo de traidor dos trabalhadores e aliado do governo e dos patrões. Logo, quando se chamado de pelego, significava que a pessoa era subserviente/servil/dominada por outra, ou seja, capacho, puxa-saco, bajulador.
Mas como se pode definir esse trabalhador que se acovarda, que aceita tudo o que o patrão e o governo querem, sem questionar? Pelego é trabalhador que se deixa montar pelo patrão e/ou pelo governo; é o que não consegue reagir frente à humilhação; é quem não luta por seus direitos, por medo das conseqüências; é o pusilânime que se esconde atrás de desculpas esfarrapadas para justificar a própria covardia; o que não tem coragem de lutar, o(a) COVARDE, enfim, o que se esconde atrás daqueles que lutam, aproveitando da peleja alheia como um parasita. Pelego é aquele trabalhador que não sabe o significado da palavra solidariedade, o egoísta que não consegue ver nada além de suas próprias e momentâneas necessidades; é aquele(a) que, terminada a greve, não consegue olhar nos olhos de seus companheiros, porque se sente uma sub-pessoa, uma não-gente, pois lhe falta uma parte essencial a todo ser humano que se preze: o brio, a coragem, o amor próprio, a nobreza de caráter, enfim.
Em tempos mais recentes, com a eleição do governo Lula, presidente originário do movimento sindical, os movimentos sociais foram cooptados e trazidos para dentro do aparelho do Estado, e lá eles se neutralizaram, se anestesiaram, se despolitizaram. O “oficialismo” tirou qualquer possibilidade de crítica e de reivindicação política. Os sindicalistas, militantes tornaram-se assim, em muitos casos, funcionários do governo. E agora, quem arbitra e decide tudo é o presidente. De fato, esses movimentos, os trabalhadores e muitos sindicatos confundiram a necessária postura de autonomia que deveriam manter em defesa dos direitos dos trabalhadores, e não souberam lidar com esta realidade. Tornaram-se parceiros, associados do governo e dos patrões, chamados agora de neo pelegos. Todos irmanados no mesmo interesse, como se fosse possível apagar, negar as classes sociais. Como se não existisse mais o capital e o trabalho. Existe maior embuste? Sem deixar de mencionar que tiveram mais recentemente, aprovado o imposto sindical, e que recebem recursos financeiros de vários Ministérios e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Só a militância crítica há de nos livrar da sina de ser neo pelego. Afinal, a gente pode até morrer teso, mas nunca perdendo a pose. Tudo pode ser tirado, mas não se pode tirar a coragem de lutar de uma pessoa decidida. Recuso-me a sair da militância política pela construção de uma sociedade justa, solidária, que leve em conta a humanidade dos homens e mulheres em qualquer parte do mundo. Não é esta a grande e universal luta dos trabalhadores?
Ser neo pelego? Nenhum trabalhador ou trabalhadora jamais deveria passar por essa infâmia.
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* Heitor Scalambrini Costa é professor da Universidade Federal de Pernambuco

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