Jacy de Pádua é daqueles políticos à antiga: sério, não se dobra às facilidades às quais muitos cedem. Homem de estirpe, poderia estar numa situação de maior relevância, se fizesse os acordos de bastidores para os quais é sempre convidado.
“Como aceitá-los, sabendo-se da perda da dignidade e dos princípios que sempre pautaram a minha trajetória na política?”, desconversa Jacy, constrangido. Por que? “Porque - responde ele, indignado – a honestidade, no Brasil, tem sido traduzido como comportamento de idiota. Parece, e é assim mesmo, ser honesto é ser trouxa”.
Derrotado na eleição para prefeito, em outubro do ano passado, Jacy de Pádua, cuja reeleição de vereador, pelo PSB, estava praticamente garantida, foi para o sacrifício.
“Alguém tinha de enfrentar o grupo político que domina a política na cidade há décadas, e o meu nome foi o indicado, e aceitei o desafio, mesmo sabendo dos riscos que enfrentaria. A política é isso, além de um jogo um desafio”. Jacy respondeu, rapidamente, a seis perguntas do jornal hora H:
1) Como você vê o cenário político em Guararema, hoje?
R: O cenário é o mesmo: nada mudou. Como já disse, os mesmos estão no poder há 20 anos.
2) Isso significa que você vai continuar sendo oposição?
R: A nossa coligação elegeu um vereador, Toninho da Inox, e cabe a ele fiscalizar os atos do prefeito. Melhor dizendo:
isso deveria ser feito pelos nove vereadores. É a principal função de um legislador.
3) Essa resposta coloca você fora da política?
R: De maneira alguma. Continuo fazendo o meu papel de cidadão. Sou presidente do PSB - Partido Socialista Brasileiro -
e a política está no meu sangue. E exerço-a por amor, por ideologia.
4) E então quais são quais são seus planos para o futuro?
R: Vou me dedicar mais à minha empresa, ter mais tempo para a família, viajar mais, e tocar um projeto de um loteamento, ao qual eu não tinha tempo.
5) E a política?
R: Vou ajudar no crescimento do PSB na região e estarei alerta aos problemas de Guararema.
6) Deixe uma mensagem.
R: Tem uma frase de Manuel Moretti que acho apropriada que diz “20 anos não são nada, se houvessem sido decentes”.
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