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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Não Reeleja Nem Vote Mal

No atual estado da perfeição de nossa ruína e decadência, há uma frase corrente na mídia que diz: "NÃO REELEJA NEM ELEJA MAL". Acompanhada de balelas dos tipos:

"Vamos limpar o Congresso, aquele show de horrores, com CPIs terminando em pizza, deputados e senadores arrogantes, acobertando uns aos outros".

"O Brasil está nas nossas mãos, vote consciente, não eleja ou reeleja corruptos, gente desonesta, gente que não prima pelos Bons Princípios, pela Equidade, pelos Bons Costumes... e mais blá-blá-blás...

Frases vazias...

Talvez não seriam vazias se fossem, também vinculadas, explicações a considerar que: votamos num político o qual consideramos como íntegro, ou como dizem, entre os piores aquele que é menos ruim. E a maioria da cambada dos piores se elege graças ao quociente eleitoral e quociente partidário / Coligação que elegeu 94% da atual legislatura.

SIM, isso mesmo, 94% da atual legislatura foram eleitos graças ao quociente eleitoral. Entre eles, 172 deputados que respondem processos criminais, equivalente a 33% da casa.

Suponhamos:

Se numa eleição para 5 vagas para Deputado Federal tivéssemos a seguinte situação, apurados os votos válidos:
José Benzendo           489.629
Maria Brildade            479.972
Sebastião Honranhos  479.350
Manoel Digncnos        410.037
Felisberto Azarenhos   289.823
Salafraria Sperta        244.513
Ana Saqueia               29.030
Bento Pilantropildo        4.547
Tomas Roubando          1.721

Quem você diria que seriam os cinco eleitos?

Se sua resposta foi os cinco mais votados: José Benzendo, Maria Brildade, Sebastião Honranhos, Manoel Digncnos e Felisberto Azarenhos você errou.

Apesar de um Sebastião Honranhos ter muito mais votos, não conquistou sua vaga. Demonstrou-se, matematicamente, que o número isolado de votos não garantiu a sua eleição. Ele dependeu dos resultados do partido por conta do quociente eleitoral. Já um Tomas Roubando, Bento Pilantropildo e Ana Saqueia foram eleitos com um número muito baixo de votos, simplesmente devido ao fato de a Coligação os quais pertencem, ter direito a mais vagas pela grande votação em conjunto dos seus outros candidatos. Eles, por um exemplo, sendo, digamos, os terceiros mais votado de seus partidos, tem direito às vagas. Demonstrou-se, matematicamente aqui, que o número muito baixo de votos não significa necessariamente a exclusão da eleição de um candidato.

Um dos principais motivos das pessoas errarem a resposta da pergunta anterior é que, talvez não saibam considerar que o voto é do partido e não do candidato. O que importa mesmo é a votação que o conjunto dos candidatos de um partido consegue e não o número de votos individuais de um candidato isolado.

É por isso que entra o chamado Quociente Eleitoral.

No caso brasileiro existe numa das etapas legais das votações para Senadores, Deputados Federais, Estaduais, Distritais (Brasília) e Vereadores algo mais difícil de entender para a pessoa comum. Esta parte obscura das votações se deve aos quesitos matemáticos do processo de eleição onde se deve considerar o QUOCIENTE ELEITORAL para se saber quantos candidatos um partido poderá levar para o Congresso, Câmara ou Assembleias Legislativas.

Creio que a frase corrente devia ser:
"REVOLTE-SE e ACORDE"
Enquanto não fizerem Reforma Eleitoral com justas medidas aplicáveis a mudar por completo este Sistema podre, por tabela, "continuamos a eleger" deputados lideres de quadrilhas, ladrões, corruptos e até assassinos, como desta atual legislatura em que 33% do Congresso Nacional como todo, respondem a processos criminais. Raras corporações abrigariam em seus quadros semelhante fatia de foras-da-lei.

Plínio Sgarbi
Publicado no Recanto das Letras em 13/09/2009
Código do texto: T1807207
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=2250

“Tudo que é preciso para o triunfo do mal, é que as pessoas de bem nada façam.” (Edmund Burke)

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