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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Gerar dificuldades para criar facilidades

A dupla, Deputado Estadual André do Prado e o Prefeito Municipal de Guararema Marcio Alvino, gostam de gerar dificuldades para depois colher facilidades, e passar por bonzinhos tentando mostrar a população que conseguiram realizar alguma coisa a seu favor.
 
Como todos nós sabíamos entre Guararema e Santa Branca tinham 02 linhas de ônibus que percorriam o Município vizinho.
 
Essas linhas eram: Guararema – Santa Branca passando pelo Costão até o centro da cidade e vice e versa. A outra linha aproveitava todos os horários de ônibus que passam pela Ponte Alta e passava no bairro vizinho de Santa Tereza, que é do Município de Santa Branca, mas que depende muito de Guararema.
 
Num belo dia, não tão belo para esses moradores o Prefeito Marcio Alvino com a anuência do Deputado André do Prado retiram a linha e mudam o percurso do ônibus da Ponte Alta. Linhas essas que existiam a mais de 15 anos.
 
Centenas de pessoas ficaram sem saber o que fazer, para se locomover de seu bairro até  Guararema muitos até perderam seus empregos. A INDIGNAÇÃO foi grande para essa população, que da noite para o dia ficou sem poder se locomover.
 
Mais uma vez o Justiça local de Guararema, teve que que agir para os alunos que estavam matriculados nas Escolas Estaduais de Guararema e que moravam nesse percurso, determinou que a Prefeitura Municipal de Guararema transportasse esses pre adolescentes e adolescentes. 
 
A Prefeitura para cumprir com essa determinação alugou uma perua para o transporte dos alunos, e ainda ameaçou dizendo que seria somente para o ano de 2011 (esqueceu que a Lei determina que os alunos estudem na escola mais perto de sua residência que no caso são as Escolas Estaduais de Guararema.)
 
Agora em ano de pleito eleitoral no inicio da campanha eleitoral, a dupla dinâmica resolve voltar parcialmente a linha que liga Guararema ao Costão, vide link publicado no em um jornal local com a manchete “Ônibus Guararema à Santa Branca iniciará circulação no próximo 02/07”  http://www.j1nt.com/onibus-guararema-a-santa-branca-iniciara-circulacao-no-proximo-0207-2/

Além do mais um Morador de Santa Branca, “Renato Cabeção”, protocolou pedido na prefeitura de Guararema e solicitou ao deputado André do Prado que intermediasse pedido junto ao Prefeito Marcio, para quem não sabe o “Cabeção” é candidato a Prefeito de Santa Branca pelo partido do Prefeito  Marcio Alvino e do André o Deputado estadual. Notaram a coincidência e a maneira de tentar enganar mais uma vez a população?

O que não se comenta nesse imbróglio todo é que o Prefeito de Santa Branca LUIS CEBOLA, tomou medidas emergências para tentar resolver esse problema e criou uma linha de ônibus para atender a população ao preço de R$1,00.

Pasmem!!!  o Prefeito Marcio Alvino não gostou da atitude da Prefeitura de Santa Branca que criou uma linha emergencial para atender a população.

Prezado leitor vocês sabem qual foi o método utilizado pelo Prefeito Marcio Alvino para acabar com essa linha criada, ele multou o ônibus  e  ameaçou recolher o ônibus porque o ônibus adentrava parcialmente no Município de Guararema. 

Comentamos esse assunto em nossa crônica Guararema abandona moradores e Santa Branca cria linha emergencial. http://horahjornalverdade.blogspot.com.br/2011/12/guararema-abandona-moradores-e-santa.html

E agora na campanha eleitoral o Prefeito Marcio Alvino, voltou atrás parcialmente, dando a impressão que vai resolver os problemas da população, e dando declarações que gosta muito da população da cidade de Santa Branca. A população dessa região ficou mais de 01 ano sem o transporte coletivo, por determinação do Prefeito Marcio Alvino.

E o “Cabeção” o será que está dizendo em Santa Branca? Em sua campanha?

É mais um ato de desespero que a Administração do Alvino realiza para passar para a população que é bonzinho, mas na verdade mostra sua falta de respeito com as pessoas.

“Tudo que é preciso para o triunfo do mal, é que as pessoas de bem nada façam." (Edmund Burke)

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Isso é Atenção com a Saúde!!!

Você sabia que o orçamento de Guararema gira em torno de R$ 165 milhões de reais? Isso conforme relatório resumido da execução orçamentária do 2° bimestre de 2012.
 
Nesses R$ 165 milhões, é obrigatório transferir muitos milhões de reais para a área da Saúde. Convenhamos que é um bom dinheiro, não? Talvez se fizessem bom uso... 
 
Vejamos algumas ações interessantes que são passadas para a população, como se fosse um grande favor que a Prefeitura faz:
- Remédios gratuitos;
- Especialidades Médicas;
- Transporte de pacientes a hospitais ou especialidades de referência. [¹]
[¹] Jornal local em sua edição n°76, indica que entre janeiro a abril foi transportado para fora do Município de Guararema o total de 7.754 pacientes para a realização de exames. 
 
Após a apresentação desse número, podemos ver que teremos transportado em tono de 1.938 pacientes por mês. Levando se em consideração 22 dias por mês que equivale a 88 pacientes por dia.
 
Vendo essas fotos abaixo, podemos fazer uma breve comparação com transportes de outros municípios com os de Guararema:
 



Pode-se observar que Guararema utiliza de Kombis alugadas, com banco extra, na qual gera um menor espaço para acomodação.
 
Pela conta realizada acima, teremos oito kombis com sua capacidade total levando e trazendo os pacientes diariamente. Imagine uma Kombi com sua capacidade de lugares esgotados, rodando sem o menor conforto. Imaginou?  Você imaginou. Mas a pessoas que usam desse meio de transporte para realizar seus exames rotineiros. Horrível, não é? 
 
Sabemos que os motoristas dessas Kombis são altamente profissionais, responsáveis, simpáticos e procuram sempre ajudar o paciente em tudo o que for preciso. Pois bem! 
 
Tivemos a oportunidade de conversar com motoristas de outras cinco cidades, que também levam pacientes aos centros de referências.  Notamos algumas discrepâncias relevantes em relação à Guararema. 
 
Conversando com esses motoristas, foi falado que todos eles utilizam Vans, Micro ônibus e até carros de passeios para um maior conforto aos pacientes. E alguns desses veículos utilizados, são adaptados para transporte de pessoas com necessidades especiais por exemplo cadeira de roda. Observe que nenhum desses municípios utiliza a Kombi, pois todos nós sabemos que não são nada confortável. Não é? Soubemos também que esses municípios oferecem o Kit Lanche (Pacotes de bolacha, barra de cereais e suco) para os pacientes transportados. 
 
Outras além desse Kit oferecem também um valor em dinheiro para que o paciente possa se alimentar durante esse dia. Para os motoristas, oferecem além do Vale Refeição, um valor para a sua alimentação ou, uma diária. Cada cidade tem uma forma de controle da diária no quanto é oferecido para cada motorista numa viagem. Nessa conversa informal, com uma cidade que faz divisa com Guararema seus motoristas ganham: Vale refeição de acordo com todos os demais servidores e, nas viagens para São Paulo, o valor de R$ 25,00 e para o interior o valor é de R$ 30,00. 
 
Conforme informações obtidas dos Conselheiros de Saúde de Guararema, os motoristas de Guararema que fazem o transporte desses pacientes não recebem nada a mais, a não ser, o mesmo valor que cada servidor recebe para a sua alimentação.
 
Isso é uma descriminação, falta de tato ou de humanidade no trato com esses profissionais. Esses motoristas quando vão a São Paulo, saem por volta das 03h30min da manhã, madrugada para outros, e começam sua jornada de trabalho. Retornam para Guararema a hora que der, pois dependem dos exames que serão realizados nos pacientes. 
 
Uma outra Kombi começa o trabalho para consultas num outro período, que é por volta das 08h30min e volta sempre após as 18h00min. Você não acha que eles merecem um pouco mais de respeito? Pois para mim, isso é um desrespeito para um ser humano.
 
Todos nós sabemos que a Saúde é um dos nossos maiores bens, senão o maior. E é sim, o nosso dever preservar e lutar pelos nossos direitos!  Se você não sabe, o Governo Federal obriga os Estados e Municípios a usar no mínimo 15% de seu orçamento para que esse sistema funcione muito bem. Existem leis para isso, e é notável que não estejam respeitando a todos que pagamos nossos impostos e não usufruirmos do bom e do melhor que é dever da Municipalidade nos dar. 
 
E agora? Você vai continuar calado? É guararemenses! Está na hora de abrir os olhos e ver que a realidade é bem diferente do que tentam nos mostrar e, do que pensamos.
 
Vejam o que o Deputado da cidade amigo do Prefeito Marcio Alvino fez para outras cidades:
“...A população de Arujá contará com mais uma van para fazer o transporte de pacientes que precisam ser atendidos tanto dentro do município como em serviços de referência da região. O veículo oferecerá segurança e conforto, dando continuidade às ações de qualidade de atendimento na saúde.” (grifos nossos) Como está a qualidade da Saúde em Guararema?
 
O Deputado Estadual André se preocupa com o conforto e segurança de outras cidades, mas para Guararema deixa como está. Qual será o motivo? Seria o contrato milionário com o Grupo Júlio Simões  para o aluguel de carros  e a concessão das linhas de ônibus, que a Prefeitura tem desde o seu mandato de quando era Prefeito? E  o Prefeito Marcio Alvino, não quis mexer?
 
“Tudo que é preciso para o triunfo do mal, é que as pessoas de bem nada façam." (Edmund Burke)
 
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sábado, 25 de agosto de 2012

MANIFESTO DO PSOL - PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE DE GUARAREMA


Recebemos o Manisfesto do PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE  PSOL - de Guararema, o qual transcrevemos na integra:
 

"MANIFESTO DO PSOL – PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE DE GUARAREMA

Guararema, agosto de 2012
 
Sobre os graves acontecimentos que agitaram o cenário eleitoral de Guararema, o Presidente da Comissão Executiva Municipal do PSOL - Partido Socialismo e Liberdade de Guararema, vem a público declarar o seguinte:
 
1- Fomos informados da infame manobra perpetrada pela Coligação Eleitoral do Prefeito Márcio Alvino de Souza que tentou interferir dentro do partido PSB – Partido Socialista Brasileiro de Guararema, cujo presidente legitimo é Jacy de Pádua, reconhecido batalhador em defesa da população, tendo exercido três mandatos consecutivos de Vereador pelo PSB e também, candidato a Prefeito na última eleição municipal.
 
2- Em repúdio a essa atitude antidemocrática, nós, os partidos PTN, PT, PSOL e PSB, assinamos documento em apoio à pré-candidatura do Jacy de Pádua do PSB, como Prefeito. Este documento foi anexado nos autos do T.R.E.
 
3- A tentativa de bloquear a candidatura do Jacy de Pádua, que foi vereador de Guararema por três mandatos, impedindo-o de se candidatar ao cargo majoritário municipal conforme o desejo das bases partidárias chocou a cidadania democrática de Guararema, pelos métodos escusos e certeza que tinham da impunidade.
 
4- No entanto, a manobra foi revertida por decisão da Exma. Juiza Eleitoral de Mogi das Cruzes que assegurou o direito legitimo de Jacy de Pádua que foi escolhido candidato a Prefeito pelas bases partidárias do PSB para a eleição municipal em outubro próximo, tendo o Dr. Felipe do PT como vice.
 
5- Nós do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), estivemos juntos na coligação com Jacy de Pádua na eleição anterior quando conquistamos o apoio de quase 5.000 Guararemenses. Continuamos apoiando o candidato Jacy pela firmeza, honestidade e compromisso com o povo.
 
6- Hoje, com o direito assegurado, podemos dizer que está assegurada também a democracia. Porém, ainda que continuem correndo as ações provocadas pela falsidade ideológica, com desdobramentos e penalidades possíveis por decisão do Juizo Eleitoral, o PSOL de Guararema vem conclamar a todos e todas que exijamos respeito às regras da civilidade e seja travado o bom combate, para o bem de Guararema, da cidadania e da construção de uma sociedade justa e igualitária.
 
Júlio Miyazawa - Partido Socialismo e Liberdade – Psol de Guararema/SP"

 
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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Um juiz no encalço da transparência

VALOR ECONÔMICO - ESPECIAL
                  

                   Um juiz no encalço da transparência 

Foi do sudoeste do Maranhão, na divisa com o Tocantins, que o juiz Márlon Reis deu partida na campanha pela Lei da Ficha Limpa, cuja aprovação sinalizou os ventos de maior sensibilidade à opinião pública que hoje pressionam o Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão.

A lei foi só o começo. De Imperatriz, a porta de entrada da Amazônia, onde continua a morar, o juiz empreende nova cruzada por eleições limpas e menos corrupção na política nacional. Tenta mobilizar a Justiça para que as doações aos candidatos das eleições municipais deste ano sejam divulgadas durante a campanha, com base na nova Lei de Acesso à Informação. 

O juiz de 42 anos que virou uma celebridade nacional nasceu em Pedro Afonso (TO). A mãe era professora de escola pública e o pai, funcionário do Banco da Amazônia. Já morou em Anápolis (GO), Londrina (PR), Alto Parnaíba (MA) e São Luís. Pai de cinco filhas, é casado pela terceira vez com a juíza Ana Lucrécia Bezerra Sodré Reis. 

Boa parte do sucesso da causa vem das redes sociais na internet. A comunidade virtual ligada ao MCCE já chegou a ter 3 milhões de pessoas. A página da Ficha Limpa no Facebook tem 50 mil seguidores. No Twitter, o termo Ficha Limpa liderou a lista de assuntos mais seguidos no planeta no dia em que a lei foi sancionada sem vetos, em 4 de junho de 2010. Na época, o tema ficou entre os dez primeiros durante três dias consecutivos no ranking mundial na rede social. "Crescemos com as redes sociais", diz. 

Até o líder do U2, Bono Vox, quis conhecer o juiz de Imperatriz para entender o fenômeno. No ano passado, o astro pop o convidou para assistir a um apresentação em São Paulo. O juiz foi ao show, apenas curioso em saber o que o vocalista do U2 tanto queria e pouco entusiasmado com a música do grupo. "Gosto mesmo é de samba e de baião". Bono é um dos acionistas do Facebook e queria saber como os movimentos pró-democracia funcionavam nas redes sociais. 

O juiz que tornou o processo de aprovação da Lei da Ficha Limpa tema de estudo fora do país está nesta semana na Universidade de Standford, no Vale do Silício, onde foi selecionado para um curso de três semanas sobre cidadania, direitos humanos e mobilização social em países em desenvolvimento. No curso, ele fará visitas às sedes do Facebook e do Google para saber mais sobre o uso das redes sociais pelos movimentos por democracia. 

Conectado ao mundo por uma tela de 32 polegadas ligada a um potente computador Macintosh em casa, sem largar do telefone celular multifuncional e do tablet, o juiz Márlon não se resume aos contatos virtuais. 

Aceita todo tipo de convite. Vale movimento social, igreja, associação empresarial, grupo feminista, evangélico, maçonaria e clube. "Mas a primeira coisa que eu mexo é com padre e pastor", diz, sem deixar de lado o ecumenismo da causa. "Uma vez, um espírita escreveu no Facebook que eu mexi com os dois mundos, o visível e o invisível", conta. 

A relação com a Igreja Católica tem a ver com o início de seu engajamento por eleições limpas. Em 1999, foi convidado por um bispo do Maranhão para participar de um debate sobre uma proposta contra a compra de votos. Nunca mais abandonou o assunto. 

Com facilidade para juntar gente em torno de uma causa, criou, em 2000, comitês populares de fiscalização das eleições. Atualmente, são mais de 350 comitês distribuídos pelo país. "E funcionam, os políticos ficam constrangidos em cometer irregularidades. O comitê vira assunto na cidade", diz o juiz, que já programa para agosto, quando voltar dos Estados Unidos, a preparação do comitê das eleições de outubro de João Lisboa, um de seus três grotões maranhenses. 

Entre 2007 e 2008, quando foi assessor do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Carlos Ayres Britto, organizou 1,5 mil audiências públicas sobre transparência que chegaram a reunir, no total, 1 mil juízes eleitorais. 

Na cidade onde vive já conseguiu reunir 20 mil pessoas em praça pública em torno do movimento contra a corrupção, o que lhe rendeu um processo administrativo disciplinar. A oposição contra o seu modo de atuar foi dissipada poucos anos depois, quando recebeu o prêmio Innovare devido ao seu trabalho próximo à população. 

Na origem de seu ativismo, lembra de um episódio vivido quando enfrentou a primeira eleição como juiz eleitoral, em 1999. Um político da cidade oferecia dinheiro em troca de voto no meio da rua a quem passava e ainda dizia que nada iria lhe acontecer. 

No dia seguinte, foram bater à porta de seu gabinete pedindo providências. "Não tinha nada a fazer. Não existia base legal, foi antes da lei contra a compra de votos. Fiquei com aquilo na cabeça", conta. O caso ocorreu meses antes da aprovação da Lei 9.840, contra a compra de votos, acatada por unanimidade pelo Congresso sob a pressão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). 

Em 2002, o ex-vereador e ex-petista Chico Whitaker era secretário-executivo da comissão de Justiça e Paz da CNBB e chamou algumas pessoas para conversar sobre corrupção nas eleições, entre eles, o juiz. Naquele ano, depois de algumas reuniões, Márlon Reis ajudou a fundar o MCCE. 

Ao ser apresentada na CNBB, a proposta da Ficha Limpa foi aprovada por todos os 400 bispos, o que contribuiu para a sua disseminação popular. "A Igreja teve um papel fundamental para que a Lei Ficha Limpa fosse conquistada", diz.

Engajamento igualmente abrangente será necessário para que a transparência das doações vingue durante as campanhas. 

Atualmente, a lei eleitoral obriga o candidato a divulgar, duas vezes durante a campanha, apenas os valores das doações recebidas. Pela lei, o nome dos doadores só é revelado depois de passadas as eleições. É com mais transparência no decorrer da campanha, que Márlon acredita ser possível ao eleitor acompanhar os lobbies que se acercam de seu candidato. 

Nos três municípios de sua jurisdição - João Lisboa, Senador La Rocque e Buritirana - Márlon determinou que os candidatos sejam obrigados a identificar os doadores e as quantias envolvidas ao longo da campanha. A lei eleitoral obriga apenas a divulgação pública da origem das receitas de campanha depois da posse dos eleitos, o que impede o acompanhamento do eleitor sobre os gastos dos candidatos antes do voto. 

Márlon trabalha para ampliar a decisão para além dos 43 mil eleitores das três pequenas cidades maranhenses. A ideia tem se espalhado entre juízes eleitorais e procuradores do Ministério Público Eleitoral. Alguns juízes já replicaram a medida no Tocantins e em Cáceres, no sul do Mato Grosso.

Em Poconé, a 100 km de Cuiabá, o juiz eleitoral determinou na semana passada que os 65 candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador no município informem quem são os doadores e quanto dinheiro entrou nas campanhas. 

A iniciativa foi replicada Em Bom Jesus do Tocantins, Rio Sono, Tupirama e Santa Maria do Tocantins, todas neste Estado, por iniciativa do juiz Nilton Siqueira. 

Há resistências. A ideia é levar o Ministério Público a investigar as campanhas que se recusarem a enviar os dados. Mas os candidatos podem entrar com mandados de segurança na Justiça local. 

No Paraná, a corregedoria regional eleitoral revogou iniciativa de um juiz de Londrina que buscava dar publicidade às doações. Em Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo, uma ação civil pública do Movimento Voto Consciente nesta direção foi julgada improcedente pela juíza Carla Balestreli. "Nosso objetivo é que vá parar no Supremo. Quando chegar no STF, essa oposição cai porque ofende o princípio de publicidade", diz. 

Em São Paulo, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que deu suporte à Ficha Limpa, conseguiu o engajamento do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), que pretende lançar uma campanha para convencer os juízes a adotar a proposta e estuda hospedar um site onde a informação das doações possa ser prestada pelos candidatos nas eleições deste ano. 

Na primeira eleição em que a Ficha Limpa, Márlon vislumbra efeitos novos no mundo da política. Uma das condições de elegibilidade da lei é a aprovação pelos tribunais de contas da União, estaduais e municipais da gestão de administradores públicos, o que deve gerar um número elevado de recursos judiciais por prefeitos que tentam se reeleger. "O impacto político é até maior que o jurídico. Muitos prefeitos desistiram de tentar a reeleição e estão colocando a mulher ou filhos como candidatos em seus lugares", diz. 

O juiz é requisitado para falar sobre o tema pelo país afora. Entre maio e junho, nos 60 dias de férias concedidos aos magistrados, Márlon rodou o Brasil para conversar com quem pode ajudar no combate à corrupção eleitoral e na política.

No final da viagem, passou por São Paulo, onde fez três palestras. Em uma delas, na capital paulista, onde também lançou o livro "Direito Eleitoral Brasileiro", o juiz falou durante quase três horas para um auditório lotado de 300 pessoas no Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). Márlon era disputado para tirar fotos ou receber cumprimentos de uma plateia formada por colegas juízes, militantes de movimentos sociais, estudantes e por pessoas que simplesmente apoiaram a Lei da Ficha Limpa. 

A próxima luta do MCCE não é tarefa das mais simples: pressionar o Congresso a fazer a reforma política. O alvo principal é o financiamento privado das campanhas eleitorais, "o centro de toda corrupção política no Brasil". O juiz defende que as empresas sejam impedidas de doar - "Seria interessante trazer o povo para esse processo, com uso da internet, em tempo real". 

Outro bandeira que quer encampar é a mudança nas coligações para cargos proporcionais, que apelida de "lista clandestina". "Vou em pânico para a urna porque tenho que conhecer todos os que fazem parte não apenas do partido, mas de toda a coligação. Porque todos eles são beneficiados pelo meu voto", questiona. 

Márlon critica as coligações, que pode fazer com que um voto dado a determinado candidato beneficie nomes de outros partidos. "Não temos o parlamento que merecemos porque o volume de distorções que acontece entre a vontade do eleitor e o que chega ao Congresso Nacional é grande", justifica. "Será que o Congresso Nacional é o retrato do que nós somos?" 

Márlon é a favor da elaboração de uma proposta de lei ordinária para fazer a reforma política. Isso forçaria a participação do Congresso porque uma lei ordinária não precisa de quórum mínimo para ser votada. Quando querem evitar um tema sem levar o ônus de ter a imagem pública arranhada, os parlamentares simplesmente faltam às sessões, em casos de lei complementar ou de emenda constitucional. Se a proposta for apresentada por meio de lei ordinária, o voto é aberto e basta que os presentes votem. 

O juiz vê o Congresso pouco acostumado a receber as demandas da sociedade. "As pressões que recebe são menos republicanas", diz. No entanto, é otimista ao ser questionado se os parlamentares votariam contra si e contra seus partidos pela reforma política. "Nada como a pressão moral libertadora", em alusão ao movimento criado no fim dos anos 60 por Dom Hélder Câmara contra a injustiça social em pleno regime ditatorial. 

Ele diz nunca ter sofrido ameaças por seu ativismo, mesmo em um Estado de arraigado coronelismo. "Trato com teses abstratas e nossa atuação é em rede. Por isso, procuro me articular cada vez mais", diz. Sobre o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), cuja forte influência política no Maranhão vem de longa data, o juiz diz não ter problemas. "Não tenho nada a falar sobre ele". 


“Tudo que é preciso para o triunfo do mal, é que as pessoas de bem nada façam." (Edmund Burke)

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