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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Secretaria de Obras e o Trabalho de Sísifo

Uma tarefa que envolve esforços inúteis passou a ser chamada "Trabalho de Sísifo".

No feriado dos dias das mães escrevi uma crônica sobre um dia trágico e inesquecível quando fiquei impossibilitado de chegar ao meu destino onde se comemoravam o aniversário de minha vó juntamente com os dias das mães. Lembra-se?

Eu enviei estas fotos: 


Nesta primeira de semana de junho de 2010 choveu... e novamente fiquei serpenteando pelas nossas estradas e não consegui chegar ao meu destino porque o cascalho ainda não chegou!!!

Eu nem me preocupei em tirar novas fotos porque a paisagem seria exatamente a mesma.

Ou seja, quase um mês depois a história se repete.

Não é possível. Não entendo e fico estupefato com a inclinação da administração pública aos trabalhos de Sísifo.

O leitor, com certeza, também consegue perceber alguma semelhança na história da mitologia grega com o programa de manutenção de nossas estradas vicinais.

Conta a história que Sísifo era considerado o mais astuto de todos os mortais. Certa vez, uma grande águia sobrevoou sua cidade, levando nas garras uma bela jovem, filha do Deus-Rio. Sísifo reconheceu a águia como uma das metamorfoses de Zeus. Mais tarde, o velho Deus Rio veio perguntar-lhe se sabia do rapto de sua filha e qual seria seu destino. Sísifo logo fez um acordo: em troca de uma fonte de água para sua cidade ele contaria o paradeiro da filha.

Consequentemente, Sísifo despertou a raiva de Zeus que enviou a Deusa da Morte para levá-lo. Porém Sísifo, muito esperto, elogiou a beleza da Deusa da Morte e pediu-lhe para deixá-lo enfeitar seu pescoço com um colar. O colar, na verdade, era uma coleira, mantendo a Morte aprisionada e conseguindo escapar daquele destino.

Logo, não morria mais ninguém e arrumou novas encrencas com Deus dos Mortos e com Deus da Guerra que precisavam dos préstimos da Morte durante as batalhas.

Foi ordenado que troxesse Sísifo imediatamente para a mansão da morte. Então, Sísifo ao se despedir de sua esposa, pediu-lhe secretamente que não enterrasse seu corpo.

Já no inferno, Sísifo reclamou com o Deus dos Mortos sobre o desrespeito de sua esposa por não enterra-lo e pediu mais um dia de prazo, para se vingar da mulher e cumprir os rituais fúnebres. Sísifo pode retomar a seu corpo e acabou fugindo com a esposa, enganando a Morte pela segunda vez.

Quando Sísifo morreu de velhice, ao chegar no vale dos mortos, Zeus atribui-lhe um grande castigo: por toda a eternidade Sísifo foi condenado a rolar uma grande pedra de mármore com suas mãos até o cume de uma montanha, sendo que toda vez que ele estava quase alcançando o topo, uma força irresistível fazia com que a pedra rolasse novamente montanha abaixo.


Os Sísifos de hoje

A estória de Sísifos remete a qualquer situação onde elaboram-se soluções paleativas na busca do objetivo e acabam gerando outros problemas futuros.

Veja alguns exemplos:

• Pessoas que não planejam o que fazem ou que não cumprem o que planejam ou ainda não persistem ou não mantém o mesmo rítmo de trabalho; que nunca terminam o que começa ou que estão sempre recomeçando um determinado objetivo;

• Gestores que não se comprometem e que estão mais preocupados com os esforços do que com êxito; que não se atentam aos detalhes fundamentais e que não mantêm os compromissos.

Em suma, uma pessoa pública pode alterar a sua vida (ou o seu rótulo, se preferir) alterando suas atitudes.

Ass: Cidadão Anônimo

“Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam.” (Edmund Burke)

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