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terça-feira, 1 de junho de 2010

O Maquiavélico existe na ausência dos homens de BEM.

Maquiavélico virou sinônimo de uma prática política desprovida de moral e de boa fé; um procedimento astucioso e velhaco.

Nicolau Maquiavel foi um Filósofo italiano que escreveu a obra póstuma O Príncipe (1532). É dele a famosa frase “Os fins justificam os meios”.

Principalmente por essa frase, passou a ser chamada de maquiavélica a pessoa que era assertiva, firme em seus propósitos. Só que com o tempo, tanto a frase quanto a palavra maquiavélico foram se deturpando e agora são associadas a ser malvado, agir de forma injusta, terrível.

Não posso me alongar na discussão, mas é impossível entender Maquiavel sem estudar a plenitude de sua obra na realidade renascentista de quase cinco séculos atrás.

Maquiavel se referia à hipocrisia da moral da sua época, isto é, mostrava como os senhores feudais e a Igreja Católica justificavam o seu domínio e seu poder por trás de uma falsa moralidade, de uma política cruel e praticada friamente através de meios nada cristãos (falcatruas, traições, assassinatos, guerras etc).

Maquiavel não rejeita pura e simplesmente a moral. Dizia que “o bom homem de estado é aquele que alcança e mantém o poder sem necessariamente ser moralmente bom ou virtuoso. A política não poderia subordinar-se à moral. Se o governante quiser ser virtuoso, que o seja na sua vida privada. Ele pode permitir-se, quando necessário, infrações à moral (mentiras, astúcias, crimes).”

Maquiavel não introduziu as práticas amorais na política. Quem ler O Príncipe sem levar em consideração e estudar minuciosamente o contexto histórico no qual ele escreveu, não aprenderá nem fará justiça ao seu autor.

Para entender Maquiavel e o alcance dos seus conceitos é imprescindível avaliar o contexto da realidade em que ele viveu, entre os anos de 1469 e 1527; um momento histórico muito conturbado, marcado por conflitos e ocupações territoriais que redundaram na divisão da península itálica.

Se um governante pudesse pedir conselhos à Maquiavel, certamente ouviria: “é preciso fazer todo o mal de uma só vez a fim de que, provado em menos tempo, pareça menos amargo, e o bem pouco a pouco, a fim de que seja mais bem saboreado”.

Analise outra frase de Maquiavel: “O povo tem objetivos mais honestos do que a nobreza. Esta quer oprimir enquanto o povo deseja apenas evitar a opressão [...] a melhor fortaleza é a construída com o afeto dos súditos, pois as fortificações não salvarão um Príncipe odiado pelo povo".

Ass. Cidadão Anônimo

“Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam.” (Edmund Burke)

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