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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Democracia brasileira

João Baptista Herkenhoff¹


Ainda estamos longe de alcançar no Brasil a Democracia social com todos os requisitos que a caracterizam: ampla distribuição da riqueza, educação para todos, trabalho para todos e total eliminação da miséria. Se a Democracia social ainda é um sonho, a Democracia política o povo brasileiro já conquistou.

A Democracia Social – a História demonstra, no Brasil e no mundo – será de alcance mais fácil pela via da Democracia Política. As ditaduras não distribuem riqueza em lugar algum. Onde vigoram ou vigoraram regimes sob a égide da força, o que a realidade mostrou e mostra é a entrega dos bens e das oportunidades a um pequeno grupo de potentados.

Primeiro fato a registrar, como característica de um sistema de governo democrático, é a alternância do poder. Eleições periódicas asseguram ao voto o comando da vida política. Os mandatos são conquistados pelos partidos e candidatos que alcançam maior votação. No Brasil, a Justiça Eleitoral é a fiadora de eleições limpas. Pouquíssimos países do mundo realizam eleições presididas pelo Poder Judiciário, como ocorre em nosso país. O povo tem tanta confiança nas urnas, guardadas e apuradas pelo Poder Judiciário, que o candidato derrotado que alega fraude é prontamente etiquetado como perdedor inconformado.

Outra garantia de um eficiente sistema democrático é a Federação, que Rui Barbosa defendeu com veemência. O sistema federal evita a concentração do Poder. O partido que vence a eleição para o Executivo federal perde eleições para Executivos estaduais. Com isto o poder fica partilhado, ninguém é dono exclusivo do terreiro.

Mais outra estratégia de democratização do poder é a existência de três poderes. Presidente, Governadores e Prefeitos têm de transigir para obter apoio legislativo. Finalmente o Poder Judiciário, que é vigilante guarda da Constituição, policia o Poder Executivo e as assembleias populares.

À primeira vista pode parecer que é muita gente para governar e que este sistema custa muito caro.

Não se trata de muita gente para governar, mas sim de um meio eficiente de evitar a prepotência e inúmeras mazelas.

Quanto a custar caro isto é muito relativo. Para avaliarmos o preço de um bem temos de considerar o que esse bem nos proporciona. No caso do sistema federal e do sistema tripartido de governo, o benefício é duplo:
1) maior teor de liberdade;
2) maior eficiência da máquina pública assegurada por esses sistemas.

Estamos diante de eleições federais e estaduais disputadas com muita garra. Há um natural clima de debate apaixonado. Que ganhadores estejam preparados para ganhar sem pisotear os vencidos, e os perdedores para perder sem negar a validade do veredito das urnas.

¹ João Baptista Herkenhoff é juiz de Direito aposentado e escritor.
“Tudo que é preciso para o triunfo do mal, é que as pessoas de bem nada façam." (Edmund Burke)
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